quarta-feira, 29 de agosto de 2007

O Céu de Todos os Invernos By F.Pessoa


Fernando Pessoa
O céu de todos os invernos
Cobre em meu ser todo o verão... Vai p'ras profundas dos infernos
E deixa em paz meu coração! Por ti meu pensamento é triste, Meu sentimento anda estrangeiro;
A tua idéia em mim insiste Como uma falta de dinheiro.
Não posso dominar meu sonho. Não te posso obrigar a amar. Que hei de fazer? Fico tristonho.
Mas a tristeza há de acabar. Bem sei, bem sei... A dor de corno Mas não fui eu que lho chamei.
Amar-te causa-me transtorno,
Lá que transtorno é que não sei... Ridículo?
É claro. E todos? Mas a consciência de o ser, fi-la bas-tante clara deitando-a a rodos
Em cinco quadras de oito sílabas.

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