quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Volupia


Volúpia do Vento
(Gilka Machado)



Na plena solidão de um amplo descampado,
penso em ti e que tu pensas em mim suponho;
tenho toda a feição de um arbusto isolado,
abstrato o olhar, entregue à delícia de um sonho


O Vento, sob o céu de brumas carregado,
passa, ora lagoroso, ora forte, medonho!
E tanto penso em ti, ó meu ausente amado!
que te sinto no Vento e a ele, feliz me exponho


Com carícias brutais e com carícias mansas,
cuido que tu me vens, julgo-me toda tua...
-Sou árvore a oscilar, meus cabelos são franças...

E não podes saber do meu gozo violento,
quando me fico, assim, neste ermo, toda nua,
completamente exposta à Volúpia do Vento!

Um comentário:

Anônimo disse...

quero essa mulher, quero sentir sua pele, me deixa lamber essas pernas?