quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Pablo Neruda


Assim amor, é que eu gosto de tital como te vestes e como arranjas os cabelos e como a tua boca sorri ágil como a água da fonte sobre as pedras pura sé assim que te quero, amada
Ao pão não peço que me ensinem as antes que não me falte em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde vem nem para onde vai
apenas quero que a luz alumie
e também não peço à noite explicações
espero-a e envolve-me
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias
feita
de luz e pão e sombra, eu te esperava,e é assim que preciso de ti
assim que te amo
e os que amanhã quiserem ouviro que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há-de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Fire and Tenderness. I like that. Very much so. D