Tu és o sótão e eu o porão
Tu és a cumeeira e eu o alicerce oculto
Tu és a parte exposta do iceberg
Eu sou a metade submersa
Tu és o zênite e eu o nadir
Tu és a cara da moeda e eu a coroa
Eu te conheço porque és a outra parte de mim
Tu me conheces porque sou a outra parte de ti Para que possas ser a metade exposta
É preciso que eu seja a metade implícita Para que possas declinar versos angelicais É preciso que eu derrame versos abismais
Eu não minto e nem tu mentes jamais Escolhes falar da luz por opção
Escolho rasgar abismos por oposição Caminhamos paradoxalmente na mesma direção
Escolho rasgar abismos por oposição Caminhamos paradoxalmente na mesma direção
Para que possas suportar-te na cumeeira
Faço-me a base segura e obscura do teu altar E nesta junção milenar
Somos qual duas linhas paralelas Fadadas a andar lado a lado
Sem jamais poder se encontrar...
P aralelas...
(Fátima Irene Pinto)
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P aralelas...
(Fátima Irene Pinto)
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