sábado, 3 de novembro de 2012

Chuva

O céu rasgou-se espada afora

e verteu lágrimas,

muitas lágrimas,

Não sei se eram de tristeza ou indignação.

Também, não adianta perguntar,

que ninguém responde.

Pus minha canequinha do lado de fora da janela,

ela quase transbordou.

Estou rica: tenho uma caneca com lágrimas do céu.

Os vizinhos caçoam:

quem é que compra um punhado de chuva?



Flora Figueiredo

In Chão de Vento

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