quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Memórias


Sei que és belo, porém me sinto imprecisa
no cérebro a lembrança do teu rosto...
Mas dessa boca o indescritível gosto
meu lábio logo reconheceria
dentre um milhão de bocas que provasse

Sei que és belo, porém roubou-me a vista
de teu carinho e ebriez,
naquela única vez,
em que estive em teus braços

Mas a Saudade - a velha e sábia artista
no silêncio modela os teus másculos traços,
e a escultura de tua formosura
de minha solidão enche os espaços

Meus poros te olham...
De que te vê
minha epiderme se persuade,
à memória do tato,
reconstituindo pelos dedos da Saudade

Nenhum comentário: