terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Perdas e Ganhos Pr. Estêvam Fernandes de Oliveira

Certamente que a vida não conhece
apenas a realidade dos ganhos e dos sucessos.
Percebemos, desde cedo, nesse caminhar
cotidiano, que nem tudo são flores.
As perdas também fazem parte da nossa
caminhada. Ocorre que, algumas delas
trazem danos profundos à nossa existência,
especialmente, num momento de crises
acentuadas, como estamos vivendo.
A primeira grande perda no conjunto
dessas crises é a perda da esperança.
Sem esperança, ninguém vive.
Percebemos um desespero generalizado
e esta situação vai se agravando,
gerando em muitos uma apatia pela vida,
um desencanto com as pessoas e um
descaso pelo amanhã. Se não
sonhamos não temos razões para
ter esperança, pois ela é projetada
a partir de nossos sonhos.
É preciso mudar tal perspectiva e
começar a percorrer o caminho inverso,
onde nossas visões se libertem do presente
caótico e contemplem um amanhã vitorioso.
Uma outra grande perda como
conseqüência de tantas crises,
tem sido a perda da alegria.
Os danos psicológicos e existenciais
que este tipo de perda causa são irreparáveis.
Perder a alegria é como perder a
vontade de viver. A alegria adorna nossa
alma e nos torna pessoas mais bonitas.
O sorriso nos lábios, a doçura no falar,
o brilho nos olhos são expressões de
uma beleza muito especial: a beleza interior.
Quem perde a alegria, torna-se vulnerável
às revoltas, à solidão e às angústias e,
até à depressão. Procure buscar a alegria
para além das coisas e das circunstâncias.
Nossa vida é a maior riqueza que possuímos.
Nenhum bem, nenhum valor, pode ser
comparado com a preciosidade da vida.
Porque então trancá-la nos porões da tristeza?
Sem a alegria, a existência torna-se um
deserto sem água, sem beleza e sem vida.
Por fim, uma outra perda é aquela que
está relacionada com as nossas palavras.
Estamos perdendo a prática de uma
linguagem que revele entusiasmo, fé,
determinação e altruísmo.
Palavras são sementes de vida ou de morte;
são também sinalizadoras da nossa interioridade.
A palavra expande nosso presente, como também
pode sepultar nossos futuros sonhos.
Em época de crises agudas, as pessoas tendem
a fazer uso de palavras negativas, pessimistas,
pejorativas, torpes, enfim, palavras que geram
morte e destruição, perpetuadoras da dor e
do sofrimento. O mal também é atraído
pelas palavras. Proclamemos palavras
de vida, de esperança, de vitória, de luz,
de alegria. Na vida, colhemos não
apenas o que plantamos, mas também
o que falamos. Há poder nas palavras
e poucos se dão conta desta verdade.
Diante das tantas crises que assolam
nossa existência, é de vital importância
que não percamos a esperança, a alegria
e nem a linguagem positiva. Os danos serão
menores em função da nossa visão do futuro,
nosso estado de espírito e de nossa linguagem
altruísta. Afinal de contas, tudo passa, inclusive,
as crises, e a vida continua.
Tem razão o escritor sagrado ao afirmar:
"A tribulação produz a paciência,
a paciência a experiência e a
experiência a esperança".
E é esta que nos faz começar tudo
outra vez, entre perdas e danos.

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